Palestras


De aves, gentes do mar e viagens marítimas na construção da narrativa histórica
Prof.ª. Dr.ª. Ana Cristina Roque - Universidade de Lisboa

Resumo: Usando o exemplo das aves marinhas e a sua importância no contexto das viagens marítimas portuguesas do século XVI, esta intervenção procura contribuir para o debate sobre a pertinência de reconhecer que os animais, humanos e não humanos, são parte integrante de uma narrativa histórica comum, sublinhando, em simultâneo, a importância de uma abordagem interdisciplinar e holística no âmbito da análise histórica. Tal abordagem considera que as práticas humanas, as transformações económicas, as expressões culturais ou as mudanças sociais são indissociáveis dos contextos ambientais em que ocorrem, e defende a ideia de um diálogo interespécies e de como esta perspetiva ganha cada vez mais significado nos nossos dias.

Palavras-chave: Diálogo Interespécies; Histórias Mais Do Que Humanas; História Ambiental; Avifauna; África Austral; Século XVI


Entre a vida e a morte: animais e taxidermia em viagens científicas (XVIII-XIX)
Prof. Dr. Daniel Dutra -Universidade de São Paulo

O uso de animais não-humanos em práticas científicas é questão bioética incontornável no debate público contemporâneo. A presente comunicação busca analisar práticas científicas pregressas no campo da história natural francesa, de modo a fornecer subsídios para análises comparativas referentes a essa questão. A coleta de animais e o intuito de classificá-los foi pauta importante da história natural de fins do século XVIII e do século XIX. Em função disso, a interação com animais em viagens científicas e os esforços para coletá-los e, posteriormente, transformá-los não apenas em objetos de estudo, mas também em objetos de divulgação científica mediante museus de história natural, impôs a naturalistas e demais tipos de viajantes o desafio de interagir tanto com animais vivos quanto com animais mortos. Nesse sentido, a presente comunicação aborda o tema da taxidermia enquanto atividade inerente às atividades de coleta e classificação de animais realizadas por viajantes da Marinha francesa na virada do século XVIII para o século XIX, atendo-se a três principais aspectos. Primeiramente, os desafios acerca da formulação de conhecimentos acerca da classificação animal tendo-se em vista a diferença entre animais vivos e mortos. Em segundo lugar, a questão das práticas de taxidermia propriamente ditas, no tocante à conservação, adequação e exposição dos corpos de animais dentro de um quadro conceitual. Finalmente, a comunicação comenta as discussões acerca do princípio da vida enquanto dimensão incontornável da produção científica, uma questão explícita na obra de muitos naturalistas do século XIX, antes mesmo da transformação epistemológica que se averigua na passagem da história natural para as ciências da vida propriamente ditas.


El viaje de un tigre entre diversos tiempos: apuntes para una historia del jaguar
Prof. Dr. José Arturo Jiménez Viña - Universidad Nacional de Colombia

El jaguar es un viajero de los tiempos, los símbolos, las culturas y las geografías. En esta presentación se busca presentar al jaguar cómo animal "que camina" entre los ecosistemas americanos pero también cómo aquel "tigre inventado", un ser que fue construido a partir de los conocimientos y saberes de la historia natural europea al igual que de la experiencia que significó el encuentro con la naturaleza del "Nuevo Mundo". Aquí se presenta una selección de fuentes que permiten rastrear el largo viaje que el tigre americano ha hecho por la admiración, lo sagrado, los profundos miedos y la cultura de las sociedades humanas. 

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